8 de jul. de 2018

Revisão de texto: do que se trata?


Há anos estou às voltas com isso — com essa coisa de revisar os textos que as pessoas escrevem. E, embora seja um trabalho técnico, eu o considero apaixonante.
Primeiro porque entro em contato com diferentes áreas do saber; depois porque tenho o privilégio de acompanhar a evolução não só da escrita dos meus clientes, mas de suas conquistas (muitos deles ao longo da graduação, mestrado e doutorado, e alguns por anos, em suas áreas profissionais) e também porque fico sabendo de coisas incríveis a respeito de universos inteiros que de outro modo ignoraria. É, eu sou uma pessoa curiosa e detalhista.
A revisão consiste em um processo comparável ao de estar no mesmo barco e um pouco atrás do timoneiro, e acompanhar tudo o que acontece desde a partida até a chegada em outro porto.
E lá vamos nós por um caminho muitas vezes totalmente desconhecido para mim. Graças a Deus o timoneiro o conhece, se não eu estaria perdida: ele já desbravou a rota — o meu papel é ficar sentadinha ali no banco, observando tudo o que ele faz e o ambiente inteiro, o interno e o externo ao nosso barco.
Muitas vezes nem conheço as características do rio que estamos navegando, e quando embarco eu não faço a menor ideia do nosso destino. Mas sei que devemos seguir uma rota e chegar a um lugar específico, então fico atenta a um milhão e meio de detalhes, tipo avisando ao timoneiro sobre os percalços que vou enxergando no caminho, e isso porque tenho um olho treinado para descobri-los. Eventualmente até sugiro para ele uma rota só um tiquinho diferente neste ou naquele ponto, e só porque o objetivo é que lá no porto, na chegada, haja uma porção de gente alegre pelo sucesso dele e com bandeirinhas para saudá-lo.
O primeiro “barato” é vê-lo chegar e ser condecorado.
O segundo é receber o carinho dele.